sábado, 13 de dezembro de 2008

BOLO, SALAMES E VELAS - parte I



Deixo tudo para última hora, confesso! Mas dessa vez foi diferente.
Viagem marcada para às 13h no domingo com destino a Pau, lê-se "Pô", cidadezinha na França.
Malas prontas no sábado à noite. Milagre, porque normalmente termino de arrumar no mesmo dia da viagem.
Acordei e nem acreditei, não precisava fazer nada. Tomei um banho quase de princesa e fui pegar o ônibus para o aeroporto (1h de distância). Calculei precisamente: bus 11h, chegada 12h, vôo 13h.

A japonesa que mora comigo fica louca com minha calma. Ela faz juz à cultura nipônica, organizada, precisa e prevenida. Por ela eu deveria sair de casa às 9h, no máximo às 9h30. A mala deve ser arrumada com, no mínimo 2 dias de antecedência a depender do tempo da viagem. Deveria tê-la escutado.

A cidade estava um caos com as chuvas. Muito trânsito, todo mundo nervoso e o motorista do ônibus discutindo com a sua mulher no celular (eu estava na primeira fila, de camarote, acompanhando os debates - merece outro post). O ônibus saiu com 25min de atraso, e quando fui fazer o check-in, a arrogante atendente da Cia alemã, disse que eu tinha perdido o vôo, afinal eram 12h40

Comecei a chorar. Tudo bem, choro a toa, mesmo. Mas fiquei arrasada, porque não poderia perder o vôo. Tentei argumentar, aos prantos. O máximo que consegui foi um cartão para passar pelo controle de bagagens e depois fazer o check-in na própria sala de embarque. Para me deixar tranqüila, a tal atendente me informou que teria outro vôo duas horas depois, porque “sicuramente” não deixariam eu entrar na sala de embarque com minha mala.
Aquela certeza-absoluta-alemã da fulaninha me deu a certeza que eu conseguiria viajar.

Entrei na fila e tentei diminuir o volume da mala fechando o zíper adicional. Não sei explicar direito o que é, mas a cena foi patética: eu ajoelhada em cima da mala, tentando fechar o zíper que estava com defeito, catando na bolsa alguma “ferramenta”que me auxiliasse nessa tarefa. Com a argola do chaveiro, encaixava no gancho do zíper quebrado e, de 5 em 5cm, fechava a mala. Quando finalmente terminei, o policial me chamou para uma esteira especial.

Naquela hora pensei, vou presa!
Não que tivesse levando algo ilegal, mas tinha uma cesta com 3kg de embutidos em condições precárias (embalados no papel filme e alumínio), uma faca especial e alguns presentinhos de natal; na mão, um bolinho de cenoura com chocolate que eu mesma fiz na véspera, com velinhas de aniversário.

O policial pediu que colocasse o casaco, a bolsa, a caixa e a mala na esteira. Expliquei que minha mala era para ser despachada, mas que as atendentes na Cia aera não deixaram, e que continha vários produtos que não poderiam ser transportados. Falei isso aos prantos, cada palavra acompanhava um soluço, o que comoveu o policial.
Graças a Deus que ainda existem homens que se comovem com o choro feminino!
Ele foi falar com o chefe e eu pedindo para o tempo dar um tempo.
Liberaram com a condição que eu deixasse os produtos vetados. Sem problemas, deixaria até a mala, só queria levar a torta!

A inspeção da mala foi feita por uma mulher, que falou bem alto que eu não poderia embarcar com uma mala daquelas que até faca tinha.
Detalhe, essa mulher era italiana, ou seja, berrava!

O senhor a informou que minha mala foi liberada e que eu já estava consciente que deveria deixar os produtos, conforme a legislação internacional e blábláblá.
Resmungando, ela abriu minha mala e começou a tirar: o hidratante, o desodorante, o perfume, o creme de cabelo, o óleo e o vinagre de nozes (com embalagens caprichadíssimas e trabalhosas!).

A cesta dos salames foi um caso a parte. Só tinha um salame embalado à vácuo, o restante foi comprado no mercado, por isso embalei com PVC e papel alumio. Fiz a embalagem da cesta com papel celofane, nada demais. Coloquei dentro de uma sacola plástica e embalei com um paninho. Não é que ela abriu tudo e futucou? Abriu um rolinho prateado, apalpou, cheirou e deixou. Ufa!
Pena que na confusão, ela empurrou a mala e deixou a caixa do bolinho cair no chão. Nem quis olhar para não morrer de desgosto.

Quando acabou a operação-mala, fui informada, gentilmente, devo registrar, que ela não jogaria fora meus produtos e que se eu não conseguisse pegar o vôo (já eram 12h55), eu poderia recuperar minhas coisas.
Agradeci e para finalizar, ela começo a cantar “happy birthday”, porque pelo raio X dava para ver as velinhas do bolo (HAPPY BIRTHDAY).

Saí correndo, com a bolsa e a caixa do bolo de um lado e a mala do outro para tentar pegar o vôo.






sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Branca de Neve



Vi a neve pela primeira vez!
Sou tupiniquim, baiana, com o coração sergipano, 100% nordestina, fazer o que?
Sempre preferi o sol, o verão. Nunca passei minhas férias em lugar frio, imagine com neve. Esquiar? Nunca. Fazer boneco de neve? Piorou.
Tinha visto ontem que hoje nevaria. Santa previsão! Acordei e fui direto abrir a janela. A neve caia como propaganda de Natal de shopping center: branca, uniforme, imaculada. Formava uma camada branca nos carros, mas no chão, derretia.
Nevou bastante, mas só deu para fazer uma bolinha mixuruca (foto). Mesmo assim, a neve de hoje serviu para me deixar sorrindo como criança e morrer de saudade.
A chuva chama coberta e filme; a neve, a lareira e abraço (só para ser discreta).

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Chove chuva, chove sem parar"
















Começou o frio, chove muito, conseqüências:
- dose dupla de vitamina C;
- capa de chuva. Abandonei a sobrinha, impossível com tanta tralha que levo;
- adeus aos meus almoços na pracinha;
- cuidado redobrado para não escorregar, de novo, nas grades do metrô;
- crise ecológica: botas de plásticos, classificadores de plástico, sacos plásticos etc etc etc;
- desviar dos golpes dos guarda-chuvas;
- tomar um banho das poças de água que se formam, as motos e carros passam sem dar a mínima para os pedestres;
- segurar a ânsia de vômito provocada pela "caatinga", "murrinha", fedor, "cêcê" e sinônimos, misturado com o cheiro de umidade e de mofo dos casacos guardados;
- as flores dão o ar da graça e a grama fica verdinha!

Ontem fui fazer supermercado, porque não tinha mais alternativa, já havia adiado ao máximo. Estava chovendo muito. Enquanto andava até o ponto do tram, desviando das poças, das motos, das bicicletas e das sombrinhas, com duas sacolas pesadas nas mãos, pensei na escolha que fiz: deixar meu conforto e investir em conhecimento lato (cultura, estudo).
As rosas têm espinhos.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Olhar, ver, sentir

Não sei, mas a melhor visão é a dos nossos olhos, livres de qualquer impressão... mas é tão difícil um olhar límpido, sem registros, sem conceitos.

Olhos que vêem, mas não entendem. Quando alcançam o sentido, já não há mais para ser visto.
Vale o registro cravado n’alma.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008



Sempre tive consciência que a felicidade é inerente ao ser humano, se olharmos para frente ao invés de olharmos para os lados tudo ficará mais fácil. A comparação é muito dura. Queremos ter o salário, a profissão, o carro, o casamento, os filhos, a cultura, até os problemas do outro e buscamos desenfreadamente esses objetivos.
Para mim, cada um tem seu caminho e suas coisinhas que dão prazer instantâneo e felicidade intensa, não existe rótulos, detesto isso. Os rótulos acabam com as pessoas, frustam e trazem a infelicidade. Exemplo: por que música boa é a clássica, MPB, rock ou sertaneja? Por que temos que ter um relógio dourado, prateado ou colorido? Por que temos que ter filhos, por que temos que casar? Por que temos que ser magra, ter cabelo liso, peitão? Para que tanto dinheiro? Por que tão pouco dinheiro? E por aí vai.
Não quer dizer que não olho par aos lados ou não rotulo, mas procuro afastar esses maus costumes e viver.
Estou vivendo exatamente assim, tenho meus momentos tristinhos, dou várias gargalhadas, mas sempre descobrindo a felicidade em coisas miudinhas do dia a dia.

As flores me deixam muito feliz!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Viva a diversidade de cultural!



Hoje foi o jantar de aniversário da minha locatária e o bolo foi meu presente. Fiz exatamente como ela escolheu: bolo de cenoura com calda de chocolate. Isso mesmo! Bolo de cenoura com calda de chocolate!
Quando ela me pediu a receita para fazer no seu aniversário, imaginei que seria um café-da-manhã, mas logo fui informada que seria um elegante jantar para 30 pessoas. Pensei comigo, muito fuleiro bolo de cenoura. Não disse nada. Fiz o bolo com muito capricho e incrementei na decoração para não parecer o óbvio, inclusive servi a calda à parte.
O jantar estava ótimo, tudo muito gostoso e recebi vários elogios ao bolo tão “criativo”.
Arrumando as fotos da festa me dei conta da minha limitação. Por que o bolo de cenoura não poderia ser o rei da festa? Logo eu que devoro metade de uma assadeira? Simples, porque na minha cabeça é um bolo para tomar com café e não se comparava àquelas tortas maravilhosas de aniversário.
Mudei de idéia! O bolo estava tão leve e a calda de chocolate divina que será uma ótima opção para datas especiais. Depois é esperar para ver a cara dos meus convidados quando descobrirem que a torta toda caprichada esconde o velho amigo de infância!
Senti saudade do melhor bolo de cenoura que já comi, o de Rosângela da Celi.
Nota: as margaridinhas usadas na decoração do bolo são naturais!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

CONQUISTA

Ficava arrasada porque todo mundo aqui sempre está com alguma coisa na mão para ler. Jornal, revista, apostila, livros fininhos, livros enormes, pedacinho de papel.
Vários jornais são distribuídos de graça, numa versão menor, mas com as resenhas das principais manchetes. Livros a 1 euro tem de monte. E banquinhas de livros usados? A rodo.
Meu problema não é com a leitura, mas ler em pé, como um equilibrista dentro de um metrô lotado ou no tram (bondinho elétrico – lindo de morrer) que chacoalha mais do que pau-de-arara e faz curvas como uma Ferrari (oh exagero!).
Hoje tive minha primeira conquista: estava cheia de tralhas voltando da faculdade, com bolsa de um lado e sacola de livros do outro, peguei meu livrinho de crônicas e li, feliz da vida, em pé, sem me segurar em nada!
Desci radiante com um enorme sorriso no rosto. Ganhei o dia!

UM DIA DE PRINCESA








Minha amiga me convidou para conhecer o castelo de seu tio, numa cidadezinha perto de Milão. Eu que já tenho minha queda declarada por contos de fada, castelos, príncipe e banhos de princesa, aceitei na hora o convite.

O dia estava lindo. Embora estivéssemos na metade de outubro o frio ainda não tinha chegado e o sol reinava absoluto. O vento fresco (gelado para a nordestina aqui) transformava o céu em oceano de tão azul.


Depois de um majestoso almoço, fomos fazer um passeio pelas colinas para apreciar o panorama colorido do outono. Cada colina tinha uma cor predominante: rosa, amarela, laranja, vermelha, verde, lilás, com a neblina formavam uma paisagem de fábula.


Tiramos várias fotos. Os salões eram lindos, repletos de afrescos e móveis antigos, me senti uma verdadeira princesa.

Depois do tour pelo castelo, fomos para a praça principal participar da festa dedicada às crianças. A entrada era franca, simplesmente porque toda a cidade era convidada. Serviram polenta com queijo gorgonzola e faziam inúmeras brincadeiras iguais às nossas (quebra-pote, corrida do ovo, cabo de guerra, achar a maçã na farinha etc).

O tio-princípe estava muito contente porque iria me apresentar a um padre brasileiro responsável pela paróquia da cidade. Dom Leandro, um paraense muito simpático e adorado por todos do lugar.


No fim da tarde apareceu a lua cheia para coroar a jornada. Enquanto eu a admirava, meus pensamentos férteis vagavam, criando inúmeras situações em cada um dos lugares que visitei, quando ouvi minha amiga dizer que somente seu tio morava em todo aquele complexo, além dos empregados. Não acreditei e ela confirmou: sozinho, sozinho, porque ele não casou, não teve filhos e seu único irmão morava em outra cidade.

Naquele momento me dei conta que minha vida de plebéia era muito mais divertida e que minha família, grande, barulhenta, "maleducada" me faz muita falta. Já estou na contagem regressiva para a nossa festa de Natal!








domingo, 26 de outubro de 2008






Felicidade
Amar.
Saudade.
Vida tranquila.
Comer bem.
TUDO ENGORDA!
Eu estou uma bolota!
VIVA!

DESCOBERTAS


Assim começa meu dia durante a semana: acordo sem a mínima vontade de me levantar, refaço a cama, tomo um banho para suavizar as marcas de lençol do rosto (aqueles não-sei-quantos fios sequer passam perto do meu quarto), tomo um café básico: café com leite, pão com queijo, pego minha merenda (maça ou banana) e almoço (misto congelado e salada de folhas e tomate num pote de iogurte que eu reciclei) e vou para a escola de italiano que é pertinho da minha casa.
Saio uma hora antes de acabar a aula porque tenho apenas 30min para chegar na universidade de metrô. Na sala-auditório somos 350 alunos. Sempre chego em cima da hora e esbaforida. A aula termina 15h e vou almoçar.
Sento na pracinha, abro meu embrulho de papel laminado e meu pote de plástico e mato minha fome. Pego o metrô de volta e chego em casa para fazer minhas tarefas domésticas. Roupa para lavar, roupa para passar, fazer o jantar, organizar os lanches e almoços, varrer o quarto, estudar, ir ao supermercado etc.

“BEM VINDA AO MUNDO REAL” já dizia minha amiga Larissa.
Confesso que relendo o texto acima, meu cotidiano é igual ao de tantas outras pessoas, que além das minhas tarefas hodiernas acrescentam inúmeras outras como trabalhar, marido, filho, parentes e tal. Porém atrás desta vida banal existem inúmeros aprendizados e conquistas que me fazem amar o meu dia-a-dia extraordinariamente comum.
Descobri que o sanduíche congelado se transforma no sanduíche mais fresco do mundo 6h depois de sair do freezer, fica perfeito!
Descobri que comer no banquinho da praça vendo as árvores, os pássaros e as pessoas que passam é mais prazeroso do que olhar para a pia da cozinha ou para a janela do vizinho. Agora no outono fica tudo mais bonito!
Descobri que detesto pombos. São sujos, caras-de-pau e intrometidos. Descobri também que sou o alvo deles. Já fizeram cocô na minha cabeça, no meu braço, no meu ombro...Aqui na Itália dizem que traz sorte, veremos!
Descobri que os queijos e embutidos da Itália são capazes de transformar um simples misto em algo precioso. Invento mil e uma combinações. Faço um tipo diferente de cada e coloco tudo no congelador.
Estou começando a colocar nos sandubas geléias, pimenta, azeitona, para aumentar minha surpresa. Nunca sei se meu sanduíche será agridoce, picante, com presunto cru, com peito de peru. Na hora do almoço é sempre uma surpresa.
Um detalhe importante: já estou craque nas geléias. Aprendi a fazer até com uma fruta só, aquela que fica bem velhinha e feinha olhando para gente na fruteira. Ah, e no pão integral também. Na próxima semana o pão será caseiro. Não sei como será depois de congelado.
Minha cozinha é minimalista, nome chique para dizer que é para uma pessoa só, com poucos ingredientes, porque não tenho espaço para armazenar mantimentos (uma prateleira na geladeira e no armário). Vou tanto ao supermercado que já posso comprar fiado.
Acrescentei a salada no almoço porque na correria minha alimentação não estava legal. Faltava verdura, ferro etc. A salada fica um charme, sempre muito colorida e com bastante tomate. Não qualquer tomate, dá licença. O tomate italiano e suas variações é um capítulo a parte. Os que a gente já conhece no Brasil, cereja, italiano, japonês etc são ótimos, mas o meu preferido é o tomate de Salento (uma península entre o Mar Adriático e o Mar Jônico, na região de Puglia, já visitei e merece um post), delicioso, crocante, docinho, minúsculo como uma acelora.
O tempero da salada também é básico. Azeite, azeite, azeite. Divino. Um verdadeiro ouro líquido, responsável por transformar uma simples alface em rainha. Aqui tem de vários tipos e preços. Pode até comer de colherinha como os gregos de tão bom (estou me referindo ao azeite!).
Quando tenho tempo de manhã, ralo uma casquinha de limão, de laranja ou gengibre para dar um up grade na salada. Mas essa folguinha está ficando rara com a chegada do frio; as cobertas me prendem alguns minutos a mais na cama.
Como tudo bem devagar, saboreando. As migalhinhas que escapam fazem a alegria dos benditos pombos e pássaros.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Santo Antonio


Já disse que adoro festas. Minha casa é uma festa, assim como a Paris de Hemingway é uma festa e a de todo mundo. Deixo Paris para outro post.



Ano passado, 13/06, fizemos lá em casa um café de Santo Antônio, para homenagear o Santo, Doutor da Igreja Católica e o mais milagreiro de todos (para mais detalhes http://www.omenssageiro.org.br/)



Como este ano estou na Itália, resolvi conferir de perto a festa de Santo Antonio, na cidade do Santo – Padova (Pádua).


Os festejos Antonianos foram lindos e a missa principal foi muito emocionante, com um coral belíssimo ao som do órgão da igreja (vocês já viram o órgão da Catedral de Aracaju? É lindo e um dos poucos no Brasil, pena que o custo de manutenção impede de deixar o instrumento sempre afinado)!



Chorei igual a uma criança.



No dia anterior, participei da procissão do Santo morto, interessante , mas confesso que somos mais para os mexicanos que para os italianos nos dramas e nas emoções. Nem se compara com as procissões de Aparecida do Norte e as da Semana Santa. Escrevi sobre a "antiga lavagem do Bonfim", mas é uma festa do Candomblé e não da Igreja Católica que só permite a lavagem das escadarias da igreja.





O túmulo de Santo Antonio está na basílica do Santo onde houve a missa principal. Do lado do sepulcro tem um lugar para depositar os pedidos e fotos. Lá onde depositei alguns pedidos que me foram confiados.



Tinham vários padres abençoando os objetos e as pessoas. Lembrei-me da passagem do evangelho que Jesus expulsa os mercantes...fiquei sem saber o que fazer, entrei na fila várias vezes para receber à benção sem nada na mão... até que comprei e levei as imagens e medalhinhas para a benção.


A Basílica do Santo é lindíssima, pena que não se pode tirar foto dentro da igreja.
Não é novidade a riqueza da Igreja Católica, mas para mim é novidade e surpresa a existência de um site da própria basílica no qual se podem fazer os pedidos. Fui informada que há um ritual diário, no qual os padres oferecem os pedidos virtuais ao Santo. Viva a era moderna!


Não sei se em Portugal tem a cultura de santo casamenteiro, mas não vi nada parecido por aqui. Nem nos pedidos escritos pelas pessoas, nada...acho q é invenção de brasileiro, rssss ou das brasileiras, afinal Santo Antonio, mundo afora, é conhecido por seus milagres.


Quase ia esquecendo! Quem quiser postar seus pedidos o site é http://www.santantonio.org/


"ANDAR COM FE EU VOU QUE A FE NÃO COSTUMA FALHAR"




terça-feira, 17 de junho de 2008

Banzo

x

Para minimizar as sensações de BANZO, carência, melancolia, conviver harmoniosamente com a SAUDADE, descobri um excelente remédio sem nenhuma contra-indicação, MINGAU DE AVEIA, quentinho, com canela polvilhada – faz verdadeiro milagre!

Quem não gosta de aveia pode substituir por outra farinha ou mesmo uma boa vitamina, a minha preferida é a de abacate.

Para incrementar, alguns créditos no skype.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

"Sergipe é o país do forró"!

No Brasil, principalmente no Nordeste, é tempo de São João!
Viva!
Adoro todas as festas, religiosas, pagãs, mas a festa junina tem um lugar cativo no meu coração. O cheiro de pólvora queimada, da fogueira acessa, tudo misturado com o cheiro de milho: assado, cozinho, em forma de pamonha, canjica, bolo, mugunzá; os licores de frutas e especiarias, morro de saudades.
Tem coisa melhor do que dançar forró pé-de-serra?
Aliás, gosto de qualquer forró. Os puristas que me perdoem, se tiver uma sanfona (accórdeon não combina) eu gosto. Por isso pode vir misturado com órgão, guitarra, axé e tudo mais.
Como estou no clima de São João, mesmo tão distante, vou postar uma crônica baseada em fatos reais. O texto seria para o consurso do mastercard, mas na minha agonia, não li o regulamento e a redação ficou com caracteres a mais.
Divirtam-se, porque eu morri de vergonha!


vestido de patchwork : R$ 280,00
camisa quadriculada : R$ 120,00
fogos juninos : R$ 70,00

um declaração de amor: NÃO TEM PREÇO.




FESTA JUNINA
Estávamos casados há quatro anos e sempre nossos amigos nos convidavam para os aniversários de seus filhos, embora não tivéssemos nenhum.
Esta festa foi especial. Em pleno festejo junino, recebemos um convite lindo, muito criativo, estilo pop-up, em que o recorte de papel fica em destaque formando figuras em 3D. Era um arraial de São João, com fogueira, badeirolas e tudo que tinha direito. Parecia ser a lembrancinha da festa de tão caprichado. Convidava a todos para o “Arraiá de Pedro”, sua festinha de 3 anos e bem destacado estava “venham com traje típico de caipira”. O local escolhido foi um dos salões de festa mais sofisticados da cidade.
Achei muito original e realmente daria um clima diferente à festa todos de caipira. Fiquei procurando idéia para nossas roupas (coisa de mulher mesmo!). Queria ir a caráter, não muito enfeitada, afinal já tinha passado dos 30. Preguei uns remendos na calça de meu marido, comprei uma camisa quadriculada e um lenço vermelho. Minha avó fez meu vestido, ficou bonito, todo em patchtwork, uma caipira estilizada.
Demorei a me arrumar, por causa do meu penteado, fui de “maria-chiquinha” – cabelo partido no meio, cada parte é presa com um elástico – depois fiz as tranças. Coloquei o lenço no pescoço do meu marido e peguei a minha maquiagem para fazer o bigode e a barbicha. Ele fez uma cara de pouco satisfeito e disse que era um exagero. Expliquei que homem de camisa quadriculada não tem nada de especial, os acessórios que dão o toque caipira. Ele aceitou. Saímos os dois caracterizados para a festa. Claro que eu coloquei as pintinhas no meu rosto.
A entrada do salão estava linda, com palhas, lanternas de papel e uma fogueira imensa. Quando adentramos na festa... todo mundo nos olhou. Éramos os únicos com roupas juninas. Todos estavam muito bem arrumados e as mulheres, nossa, elegantíssimas. Somente as crianças com roupas juninas, depois fui saber que o “arraiá” era para elas.
Quase morri de vergonha. Queria sair correndo ou desmaiar. Não tinha jeito. Respirei fundo e fui cumprimentar as pessoas. Como vocês podem imaginar, nossa autenticidade foi comentada por cada um de nossos amigos.
Demoramos quinze minutos no máximo e fomos embora com a desculpa que faríamos parte da quadrilha de nosso escritório, mesmo assim, não poderíamos deixar de levar pessoalmente o presente de Pedro. Não sei por que inventei essa justificativa.
Assim que saímos, nem esperei chegarmos no carro, virei para meu marido e pedi mil desculpas por tê-lo feito passar por esta vergonha. Ele me olhou bem fundo, segurou o meu rosto e disse: “você é a caipira mais linda que eu já conheci, quer casar comigo de novo?”
Essa declaração de amor, NÃO TEM PREÇO!

Alguns e-mails desviam a concentração

Minhas pedras brutas, palavras soltas ao vento, serão roladas neste blog que iniciou com a idéia de Cris para otimizar a leitura das minhas andanças pelo mundo.

Devido ao fuso horário, meus e-mails sempre chegavam em pleno rush. Para todo mundo ficar a par dos relatos e trabalhar tranquilo, a super Líder TI achou a solução. Eis que nasceu um blog!

Cris, vc merece um aumento!