segunda-feira, 16 de junho de 2008

"Sergipe é o país do forró"!

No Brasil, principalmente no Nordeste, é tempo de São João!
Viva!
Adoro todas as festas, religiosas, pagãs, mas a festa junina tem um lugar cativo no meu coração. O cheiro de pólvora queimada, da fogueira acessa, tudo misturado com o cheiro de milho: assado, cozinho, em forma de pamonha, canjica, bolo, mugunzá; os licores de frutas e especiarias, morro de saudades.
Tem coisa melhor do que dançar forró pé-de-serra?
Aliás, gosto de qualquer forró. Os puristas que me perdoem, se tiver uma sanfona (accórdeon não combina) eu gosto. Por isso pode vir misturado com órgão, guitarra, axé e tudo mais.
Como estou no clima de São João, mesmo tão distante, vou postar uma crônica baseada em fatos reais. O texto seria para o consurso do mastercard, mas na minha agonia, não li o regulamento e a redação ficou com caracteres a mais.
Divirtam-se, porque eu morri de vergonha!


vestido de patchwork : R$ 280,00
camisa quadriculada : R$ 120,00
fogos juninos : R$ 70,00

um declaração de amor: NÃO TEM PREÇO.




FESTA JUNINA
Estávamos casados há quatro anos e sempre nossos amigos nos convidavam para os aniversários de seus filhos, embora não tivéssemos nenhum.
Esta festa foi especial. Em pleno festejo junino, recebemos um convite lindo, muito criativo, estilo pop-up, em que o recorte de papel fica em destaque formando figuras em 3D. Era um arraial de São João, com fogueira, badeirolas e tudo que tinha direito. Parecia ser a lembrancinha da festa de tão caprichado. Convidava a todos para o “Arraiá de Pedro”, sua festinha de 3 anos e bem destacado estava “venham com traje típico de caipira”. O local escolhido foi um dos salões de festa mais sofisticados da cidade.
Achei muito original e realmente daria um clima diferente à festa todos de caipira. Fiquei procurando idéia para nossas roupas (coisa de mulher mesmo!). Queria ir a caráter, não muito enfeitada, afinal já tinha passado dos 30. Preguei uns remendos na calça de meu marido, comprei uma camisa quadriculada e um lenço vermelho. Minha avó fez meu vestido, ficou bonito, todo em patchtwork, uma caipira estilizada.
Demorei a me arrumar, por causa do meu penteado, fui de “maria-chiquinha” – cabelo partido no meio, cada parte é presa com um elástico – depois fiz as tranças. Coloquei o lenço no pescoço do meu marido e peguei a minha maquiagem para fazer o bigode e a barbicha. Ele fez uma cara de pouco satisfeito e disse que era um exagero. Expliquei que homem de camisa quadriculada não tem nada de especial, os acessórios que dão o toque caipira. Ele aceitou. Saímos os dois caracterizados para a festa. Claro que eu coloquei as pintinhas no meu rosto.
A entrada do salão estava linda, com palhas, lanternas de papel e uma fogueira imensa. Quando adentramos na festa... todo mundo nos olhou. Éramos os únicos com roupas juninas. Todos estavam muito bem arrumados e as mulheres, nossa, elegantíssimas. Somente as crianças com roupas juninas, depois fui saber que o “arraiá” era para elas.
Quase morri de vergonha. Queria sair correndo ou desmaiar. Não tinha jeito. Respirei fundo e fui cumprimentar as pessoas. Como vocês podem imaginar, nossa autenticidade foi comentada por cada um de nossos amigos.
Demoramos quinze minutos no máximo e fomos embora com a desculpa que faríamos parte da quadrilha de nosso escritório, mesmo assim, não poderíamos deixar de levar pessoalmente o presente de Pedro. Não sei por que inventei essa justificativa.
Assim que saímos, nem esperei chegarmos no carro, virei para meu marido e pedi mil desculpas por tê-lo feito passar por esta vergonha. Ele me olhou bem fundo, segurou o meu rosto e disse: “você é a caipira mais linda que eu já conheci, quer casar comigo de novo?”
Essa declaração de amor, NÃO TEM PREÇO!

4 comentários:

Paula Dantas disse...

Você captou a essência do blog.
A-DO-REI essa história... vc não tem noção!!!!

Beijocassssss

Ps. Divulgue o blog no orkut!!!!

Unknown disse...

Adorei sua história Michela, se você me permite, farei um roteiro e quem sabe não teremos um curta, bem humorado... topas??????
Ou quem sabe uma peça de teatro.
Vamos fazer sucesso? posso?



Beijos, esperar sua resposta não tem preço.
Rose Baracho

CALEIDOSCOPIO disse...

Toda história de amor vale a pena! Uma situação que tinha tudo para terminar de um jeito péssimo, acabou assim: romanticamente...
Amei!
E você escreve muito bem, deu o tom certo. Quem lê imagina a cena, poderia virar roteiro sim... e por que não?
Bjsssss,

Martinha

Anônimo disse...

Juro que gargalhei!